sábado, 3 de dezembro de 2011

Vislumbre

VISLUMBRE

A horas flébeis, outonais -
Por magoados fins de dia -
A minha Alma é água fria
Em ânforas de Ouro...entre cristais...

Mário de Sá-Carneiro



Actualização:14-5-2013. 


sábado, 5 de novembro de 2011

Farmville




Em vez de apanhar o vício no facebook prefiro passar algum tempo livre aqui. Farmville real.

domingo, 10 de julho de 2011

Em 1944...

De Ernesto Pinto Lobo, Beira Baixa - encontro com mundos julgados perdidos





                

              



Ouvi falar muitas vezes desta demanda. Corria o ano de 1944. O que acontece é que o meu padrinho, Raúl Casqueiro de Sá, assim como os trabalhadores da Casa do Dr. Alberto podiam ter outra história.





segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os que viveram uma vida generosa


           - Os homens e mulheres bons, as crianças que morreram cedo, os loucos, os que sofreram muito em vida sem causarem mal a ninguém estão espalhados pelo Universo. Todos os inocentes e todos os que viveram uma vida generosa, uma vida digna, uma vida em que pensaram nos outros que vinham a seguir, esses, são transformados em estrelas e vivem espalhados pelo Universo. Os outros vivem aqui, no Planeta Branco, que, como eu disse, é a terra da paz infinita, do descanso eterno.
           - Então, é melhor ser uma estrela? - quis saber Lydia.
           - Sim, é bem melhor: as estrelas têm a mesma paz que os que vivem aqui, mas, além disso, e como foram generosos na vida, têm o privilégio de continuar a assistir à vida cá de cima. Vêem a Terra à distância, mas como se lá estivessem. Vêem aqueles que amavam e que deixaram lá em baixo, vêem as montanhas e as planícies, sentem o calor do Sol, o cheiro do mar e o perfume das flores, ouvem a música que vem da Terra, sentem os sabores sem terem de comer, sentem a extrema felicidade de assistir a tudo sem angústias e sem medo de morrer, porque já estão mortos, embora continuem a desfrutar à distância desse milagre cósmico que é a vida no planeta Terra.
          Lydia ficou uns instantes a pensar no que tinha ouvido. Lembrou-se então do seu pai, que morrera dois anos antes e que fora um homem bom e o mais justo que ela conhecera em toda a sua vida.

Miguel Sousa Tavares, O Planeta Branco, Oficina do Livro, pag. 73 e 74.

sábado, 16 de abril de 2011

Ai quem me dera ter outra vez cinco anos




A infância

O menino cantava; sua mãe, no leito, agonizava,
Extenuada, a sua fronte na sombra pendia;
E sobre ela, a morte numa nuvem vagueava;
E eu ouvia a canção e escutava a agonia.

Tinha cinco anos o menino, e junto à janela,
Um claro som de riso e de jogos se erguia;
E a mãe, ao lado da criança doce e bela
Que todo o dia cantava, toda a noite tossia,

A mãe sob as lajes do claustro foi dormir;
E o menino voltou a cantar…
A dor é um fruto que Deus não faz surgir
Num ramo frágil demais para o suportar.


Paris, Janeiro de 1835
Victor Hugo, Poemas, Assírio & Alvim
(Tr. Manuela Parreira da Silva)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Qual é o fim de tudo ?




Qual é o fim de tudo ? a vida ou a tumba ?
A onda que nos sustém? Ou a que nos afunda ?
Qual a longínqua meta de tanto passo cruzado ?
É o berço que embala o homem ou é o seu fado ?
Seremos aqui na terra, nas alegrias, nos ais,
Reis predestinados ou simples presas fatais ?

Ó Senhor, responde, responde-nos, ó Deus forte,
Se condenaste o homem apenas à sua sorte,
Se já no presépio o calvário se anuncia
E se os ninhos sedosos, dourados pela manhã fria,
Onde as crias vêm ao mundo por entre flores,
São feitos para as aves ou para os predadores.

24-3-1837
Victor Hugo, Poemas, Assírio & Alvim
(Tr. Manuela Parreira da Silva)

terça-feira, 29 de março de 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Gostar, simplesmente


Ilustração de Paulo Longo, Chalet, S. Miguel d'Acha

Este texto, Uma tarde em S. Miguel d'Acha, de Paulo Longo, merece uma visita na Adufe 17, pags. 40 a 43. "A aldeia em si mesma é detentora de uma carga patrimonial notável, tanto a nível material, como imaterial...  
...São Miguel d’Acha tem sabido afirmar-se a partir da sua matriz cultural."

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Centro de dia – Liga de amigos





Com a devida vénia transcrevemos a informação do CulturAche, de Janeiro/2011, sobre o  "Centro de vida assistida", de S. Miguel d' Acha. 
CENTRO DE DIA – LIGA DE AMIGOS
Em 2006 noticiava a Gazeta do Interior que iria ser implementado junto ao Centro Social Paroquial da nossa terra um Centro de Vida Assistida, destinado aos nossos idosos com dificuldades motoras e sem familiares directos que os possam assistir nas suas residências. O projecto da responsabilidade da Câmara seguiu em frente, construíram-se quatro edifícios destinados a residências e reconstruiu-se a antiga casa da família Carvalhão para ali funcionar um centro de convívio para os idosos. Ao que nos é dado ver do exterior parece que os edifícios estão há já algum tempo prontos a receber os respectivos equipamentos necessários ao seu funcionamento, mas até hoje parece estar tudo parado. Desconhecemos os motivos, que poderão ser financeiros, mas a apatia da nossa gente em relação a tudo o que seja participar, quer na vida associativa, quer na vida social da nossa terra, também contribui para este estado de coisas.
No CulturAche de Dezembro de 2007, noticiamos que se tinha reunido em assembleia geral a LIGA DOS AMIGOS DO CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL, com o objectivo de aprovar o seu regulamento e eleger os órgão sociais. O primeiro foi aprovado mas as eleições não se realizaram por falta de listas concorrentes.
Julgamos que muito poucos conterrâneos têm conhecimento da Liga dos Amigos, talvez por falta de divulgação acessível através de cartazes e outros meios de informação mais directos, ou então sabem e assobiam para o lado. Há que informar e mobilizar os conterrâneos residentes ou não para participarem e colaborarem activamente com a LIGA.
Nas nossas andanças com o Grupo de Cantares por esse país fora, apercebemo-nos em conversa com os dirigentes das associações que nos convidam, que as populações locais, principalmente os mais jovens, são o principal suporte do seu funcionamento, participando activamente nas suas realizações. Todas têm boas sedes com salas para espectáculos e convívios, bar, refeitório e cozinha, tudo a funcionar em regime de voluntariado pelos associados. Por cá, salvo raras excepções, é o que se sabe.
No que respeita a centros de dia e lares onde também temos ido a cantar, encontramos instalações modelares e ambientes que deixam adivinhar que os idosos são ali tratados com todo o carinho e respeito. O último onde estivemos, em Aldeia da Ponte, deixou-nos maravilhados com o imponente edifício e as instalações interiores onde não faltam quartos individuais ou para casais, todos equipados com tudo o necessário para o conforto dos idosos. O Lar Santo Cristo, de seu nome, é gerido por uma Liga de Amigos, que é bem um exemplo da importância das Ligas ou outro tipo de associações de carácter social na gestão dos lares e centros de dia, ou como agentes de pressão junto das entidades oficiais.
Porque o objectivo é nobre e os nossos idosos têm direito a um fim de vida digno, vamos todos associar-nos e ajudar a LIGA nos seus objectivos.