sexta-feira, 15 de abril de 2011

Qual é o fim de tudo ?




Qual é o fim de tudo ? a vida ou a tumba ?
A onda que nos sustém? Ou a que nos afunda ?
Qual a longínqua meta de tanto passo cruzado ?
É o berço que embala o homem ou é o seu fado ?
Seremos aqui na terra, nas alegrias, nos ais,
Reis predestinados ou simples presas fatais ?

Ó Senhor, responde, responde-nos, ó Deus forte,
Se condenaste o homem apenas à sua sorte,
Se já no presépio o calvário se anuncia
E se os ninhos sedosos, dourados pela manhã fria,
Onde as crias vêm ao mundo por entre flores,
São feitos para as aves ou para os predadores.

24-3-1837
Victor Hugo, Poemas, Assírio & Alvim
(Tr. Manuela Parreira da Silva)

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