O Centro Social Paroquial de S. Miguel d' Acha tem vindo a desenvolver um trabalho extraordinário no apoio à população idosa e também no apoio a pessoas em situações de fragilidade social.
O Centro desenvolve neste momento duas valências na área de apoio aos idosos: centro de dia e apoio domiciliário.
As necessidades de alguns idosos tornaram imprescindível a criação de outras respostas sociais para que pudessem responder de forma mais cabal a essas situações, como é o caso das residências assistidas.
A LIGA-DE-AMIGOS está empenhada em dar o seu contributo para que isso venha a acontecer.
Tem vindo a manifestar de diversas formas junto das entidades responsáveis a sua posição de apoio a essas pessoas e ao início desta valência.
A LIGA-DE-AMIGOS não se conforma com a situação que existe neste momento: as estruturas físicas estão criadas e, ao que parece, apenas falta a resolução da burocracia, ou, dito de outro modo, que seja estabelecido um protocolo entre a Câmara Municipal, o Centro Social e a Segurança Social para que comecem a funcionar.
Trata-se de um conjunto de quatro residências que podiam dar resposta a oito pessoas idosas.
Foi também reconstruída a casa Carvalhão, (enfim, nem todos concordam com o tipo de reconstrução que foi feita, mas foi o que se fez), para apoio ao Centro Social, para actividades dos utentes do Centro ou mesmo da paróquia e freguesia.
Entretanto, há várias pessoas que continuam à espera que os poderes locais tomem a decisão de iniciar o funcionamento desta resposta tão importante para as pessoas que dela tanto necessitam nesta fase da vida.
Os nossos idosos merecem que nos empenhemos em proporcionar-lhes a possibilidade de terem um equipamento com alguma qualidade, aqui, onde sempre viveram, para que continuem aqui, sem terem de se deslocar para locais onde estarão completamente desenraizados, e onde têm que estar meses e anos à espera de resposta.
Quando as pessoas existem, os equipamentos existem, o Centro Social já desenvolve este trabalho no apoio domiciliário, por que continuam as residências vazias há mais de três anos?
Vamos continuar a exigir, a pedir, a solicitar, o que quiserem, a quem de direito. Mas as residências têm que começar a funcionar.
Aos amigos que têm conhecimento desta situação peço, que com a contribuição que podem dar, por mais pequena que seja, que apoiem esta causa de dar aos mais velhos de nós algum conforto e dignidade.
Não basta falar de equipamentos sociais de proximidade. É necessário pô-los a funcionar. E nem sempre o dinheiro é que é o problema. Mas a vontade de ser solidário com os outros.
Em 29-01-2009, notícia assinada por Jaime Pires, "Casas de Acolhimento têm sucesso em Alcafozes", no Reconquista dizia o seguinte:
As Casas de Acolhimento construídas no concelho de Idanha não têm tido os resultados esperados. A Câmara não prevê o alargamento da rede e diz que é preciso tempo para que a população idosa se possa habituar a esta nova forma de apoio social.
Com o objectivo de resolver problemas nas localidades onde não existem lares de idosos, foram construídas casas de acolhimento em algumas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova. Contudo, este projecto ainda não passou da teoria em algumas freguesias. Álvaro Rocha, o autarca de Idanha, admite que as casas de acolhimento não têm tido os resultados esperados, apesar de concordar com a fórmula encontrada, mas diz que é preciso tempo para que a população idosa se adapte a esta nova forma de estar na vida. Sem saírem da terra natal os idosos podem usufruir das casas de acolhimento que estão agregadas aos centros de dia das localidades, como é o caso de Alcafozes.
Na freguesia onde restam cerca de 230 habitantes, na maioria idosos, foi preciso encontrar uma forma para o apoio social chegar a esta aldeia que continua a resistir ao despovoamento e que vive de uma agricultura de subsistência. Em Alcafozes a escola primária fechou e restam os mais idosos para contar a história de uma terra fronteiriça.
Aqui, diz o presidente da câmara, as casas de acolhimento são um projecto conseguido, uma vez que os idosos recebem o apoio social que pode ser de curta ou longa duração mas sempre como acolhimento temporário. Nestas casas são prestados todos os cuidados básicos essenciais, em estreita articulação com o centro de dia da terra que é por todos conhecida pela fé e devoção na Senhora do Loreto, padroeira universal da aviação.
Numa outra freguesia, em S. Miguel D’Acha, está para breve o funcionamento de uma casa de acolhimento. (Sublinhado meu). Contudo, Álvaro Rocha não esconde que existem outras freguesias, como Toulões ou Monfortinho, onde o projecto das casas de acolhimento ainda não passou da parte teórica. É preciso dar tempo, mas isso não quer dizer que no futuro este projecto venha a ser alargado a outras freguesias do concelho de Idanha. São investimentos que a autarquia fez e que ainda não conseguiu ter resultados efectivos.
As casas de acolhimento vieram colmatar a lacuna dos centros de noite ou lares de idosos, dado que o concelho raiano ainda não tem uma cobertura a 100 por cento, ou seja, lares de idosos em todas as freguesias. O projecto continua a merecer por parte da câmara municipal o interesse e atenção. Para isso, os responsáveis autárquicos dizem que é preciso que as pessoas se habituem a este novo conceito, o que demora algum tempo. O apoio social continua a ser dado sem que os utentes sejam retirados do ambiente familiar das suas terras e do contacto diário com família, vizinhos e amigos. A rua onde nasceram pode muito bem continuar a ser o cenário natural, como acontece em Alcafozes. E se tempos houve em que a produção de carvão e de lenha foi motor de troca comercial e o pão cozido em forno a lenha conhecido em todo o concelho, hoje a aldeia tem no projecto das casas de acolhimento, uma experiência que está a ser estudada e equacionada por outras freguesias para resolver problemas onde não existem lares de idosos.
De promessa em promessa, de data em data, há mais de três anos que nada acontece. Ali estão quatro edificíos, três vivendas e um "centro de apoio", sem qualquer utilidade.
Entretanto, os idosos de S. Miguel continuam a procurar apoio em lares para os seus últimos dias fora da sua terra, em alguns casos a terra de toda a vida.
Os senhores da Câmara Municipal, não respondem às cartas que lhes enviam, desrespeitando a legislação em vigor. Pelo telefone dão respostas evasivas e enviam o cidadão de pelouro para pelouro, de vereador que já não é para outro que é agora, mas que afinal não sabe do processo.
Se não têm qualquer respeito pelo cidadão normal também não dão informações de nada às organizações com interesse no assunto: não informam a Liga de Amigos, que já fez várias diligências nesse sentido, não informam a direcção do Centro Social, não informam o próprio Centro Social.
Mais uma vez registamos que na política da Câmara Municipal para S. Miguel e, pelos vistos, para outras localidades do concelho, "as pessoas não estão primeiro", ao contrário do que dizem em apregoado slogan.
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